terça-feira, 3 de novembro de 2009

A VOLTA DE CAMILA A VIDA



A VOLTA DE CAMILA A VIDA****




O pai de Camila parou o carro na esquina frente a escola. A esperavam as amigas, coleguinhas e o namorado, que a pediria em namoro essa tarde. Olhou para a sua direita de onde vinham os carros num único sentido.
Um braço se apoiou no seu ombro esquerdo e a mão pressionou seu ombro direito. Alguma coisa rígida, dura encostou nas suas costelas esquerdas e no seu ouvido uma voz firme, autoritária lhe ordenou:

- Dissimule...não olhe para mim....continue caminhando ou morre!!!

Camila continuou caminhando olhando para a Escola, para alguns colegas na outra calçada. A mente tinha sido bloqueada, o sangue do corpo congelado por um instante evitando qualquer reação. Estava sendo conduzida por um corpo mais alto, mais forte, ao que não tinha o direito de olhar, de ver suas facões, de ver seus olhos e suas intenções....que não seriam as melhores.

Por eles cruzaram alguns colegas que a olharam surpresos pela forma que caminhava com aquele homem e, ela..., só atinou a olhá-los com um olhar mistura de tristesa-medo-angustia. Num minuto que pareceram uma eternidade o homem a fez entrar numa obra em construção rodeada de grandes placas que bloqueavam os olhares desde o exterior.

Um calor intenso bateu na sua cabeça e nesse instante sua mente começou a recobrar a lucidez e dimensionar os fatos que poderiam vir a acontece-lhe.

Subiram ao segundo andar, todo estava enormemente sujo, tijolos cascalhos, pedaços de madeira, poeira. Eram somente paredes sem portas nem janelas. La fora a vida, naqueles despojos de construção a violência e possivelmente a morte.

O homem estava nas suas costas... insistia em não ser olhado por ela...

- Não olhe para mim o terei que matá-la! Tire a calça...logo!

Ela obedecia com naturalidade, os nervos tinha congelado as reações. Parecia como se o mundo exterior não existi-se e somente devia ser resolvida aquela situação.

Ao cair a calça sobre os calcanhares surgiu um colete que cobria desde o final dos seios ate o fim da coluna vertebral. O silencio, que pareceu eterno, se posou no ambiente de destruição que a redeava.

- Que é isso!!!

- Um colete... tenho uma deformação na coluna...

- Pode tirá-lo ?

- Não !

Nesse instante, sem pensá-lo, o controle da situação estava passando para a jovem de apenas quatorze anos. O impacto causado na fantasia sexual do homem o havia esfriado, a sua adrenalina veio a zero.

- Vai dizer que nunca tira...nem para dormir...nem para tomar banho?!

- Só para tomar banho e o menor tempo possível...

O homem encostou nela, a beijou no pescoço e ela virou o rosto enjoada; ele colocou as mãos no seu corpo e ao sentir a rigidez do colete as retirou logo. Tentou manusear seus seios...

- Você já fez alguma vez?

- Não nunca...

- Porque não! se todas a meninas da sua idade já fizeram!

- Eu sou diferente a elas...sou religiosa igual que meus pais.

Se afastou..., um barulho o assustou e ele falou:

- Não se mexa, fique onde esta... se sai vou matá-la... vou ver que é esse barulho lá embaixo.

Pela mente dela surgiu a possibilidade de fugir, subiu a calça... e desistiu.
Na Escola a sua falta foi notada palas colegas e alguem falou te-la visto com um homem em situação extranha.

Ele voltou.

- Fale para seus pais para irem com voçê na igreja e orarem pela sua vida que salvou. Não saia daqui ate dentro de quinze minutos depois de eu ter saído. Vou deixar para que se entregue para alguém que você ame....

Camila desceu as escadas, deu com o sol calcinante das quatorze horas no rosto, que lhe pareceu o melhor sol do mundo; saiu a calçada, olhou para os lados e correu em direção a Escola.

Correu para a vida... que já nunca mais será a mesma.

lille/2009

*Historia da vida real, os nomes são fictícios. Em Cuiabá, outubre de 2009.

3 comentários:

  1. Muito bom seu texto amigo.Já sou seguidor, depois vou visitar os outros dois.Visite um dos meus.Arnoldo Pimentel

    http://ventosnaprimavera.blogspot.com
    http://haikainosventos.blogspot.com
    http://palavrasnosventos.blogspot.acom

    ResponderExcluir
  2. Santo Dios , eso fue impactante,casi pude ver la angustia de la pequeña niña. Me cuesta un poco entender el idioma , pero el tipo no le hizo nada. Me da pena saber que no todas las niñitas tienen la misma suerte. Quisiera que ds protegiera a todas las criaturas indefenzas

    ResponderExcluir
  3. pena que o senhor não fez o mesmo que esse homem

    ResponderExcluir