domingo, 13 de dezembro de 2009

CIDA, A DO LAR ESPIRITA "MONTEIRO LOBATO"




CIDA, A DO LAR ESPIRITA "MONTEIRO LOBATO"

A vida brinca com os destinos das pessoas. Existem todas, o melhor infinidade de possibilidades de aconteceres em cada vida. Não sei se o homem tem alguma possibilidade de eleição de uma vida melhor, de escolha, ou se já somos dotados de um "enredo" do qual não conseguimos nos apartar. Porem, é como se um grande e frio titeriteiro meche-se caprichosamente as invisíveis líneas que movimentam os nossos corpos, dotados, também, de infinidade de sentimentos, sensações, dores e prazeres dentro dos nossos cérebros para serem usados. Estes últimos sim são da nossa responsabilidade e somos julgados - pelos mesmo homem, por estas ou por aquelas atuações certas ou erradas de acordo com as normas estabelecidas na sociedade, também, criada pelo homem.


O fato é que a vida não é um direito de todos, porem, vive-la é uma obrigação de quem ganhou a vida. A vida a ganham corpos, energias, almas, seres vivos. Em alguns casos essas vidas se hospedam em corpos imperfeitos e, esses sentimentos que temos, por sorte, não nos permitem que os peneire-mos, ou descarte-mos, excluindo-os transitória ou definitivamente da vida, pensando que assim poda-mos pouparmos problemas, ou possivelmente, poupa-lhes, a eles, de sofrimentos e dores. O que não alcanço a saber e ate entender, realmente, se esses seres sofrem conscientemente e sentem com a mesma intensidade que os considerados "normais", o se vivem em outra dimensão, em outra vida, porem, o fato a relatar fala por si só.



Cida morava num Lar do Estado, especifico para crianças com sérios problemas sociais. Ela formava parte deste grupo e, justamente, também, do grupo dos que foram os menos favorecidos, ainda, pelo destino, já que aos problemas sociais que tinha, se acrescentava ter uma vida física e mental com deficiências ou especiais.

Os anos foram transcorrendo e a sua deficiência para falar, os descontrole de seus órgãos faciais e físicos, não foram impedimento para que ela se mostrara, humana,alegre, comunicativa dentro de seus próprios limites.

Aos 18 anos já não era possível continuar convivendo com os renovados grupos de crianças que se integravam ao Lar. O que levou a direção a transferi-la junto de outros jovens, nas mesmas condições, para o Lar espirita "Monteiro Lobato", de atendimento específico, administrado por uma entidade filantrópica. Entidade esta que brinda um excelente trato a estes seres pouco agraciados pela vida, brindando-lhes dignidade, alimentação e saúde num ambiente de higiene e conforto.

O tempo transcorreu e, oportunamente, Cida, já com dezenove anos, foi autorizada a visitar a seus familiares na sua casa paterna. No retorno ao Lar uma surpresa...., Cida estava gravida.......

A sua imperfeição exterior contrastava com a perfeição e normalidade interna de femea apta para procriar e, sendo assim, nove meses depois, deu a luz naturalmente.

Gabriela veio perfeita. Foi assim, com este nome, que a sua mãe a batizou. Com o mesmo nome de uma boneca de pano que a acompanhou durante toda a sua existência e da que nada nem ninguém ousou separa-la.

Cida sempre mostrou uma sutil inteligência por traz de suas imperfeições fisicas y traumas mentais. Integrava um Grupo de Danças denominado Bale Sobre Rodas para Pessoas com Deficiências onde se destacava pela sua ductilidade, fácil aprendizado e vontade de superação.

Aos dois anos de vida Gabriela, uma menina sadia e sem problemas especiais, foi adotada por uma família e deixo o Lar, sendo separada da sua mãe biológica.

Cida tinha o telefone da família adotiva y iniciou uma serie de ligações para saber da vida da filha, ainda pequena..

O tempo tinha passado e a pequena começou a adquirir o uso da sua ração. Cida fazia alguns anos que não mantinha contato com Gabriela, por sua vez tinha adquirido amor filial reconociéndo-os como seus veradeiros pais. O que era fomentado pelos pais adotivos concientes da situação da mãe bilógica.

Cida tomava o telefone e ligava para Gabriela que agora tinha seis anos e falava:

- Eeeuuu ..schouuu...a tuua ...mãeee...e voooou ir te pegar! -com um grave tom de voz,próprio da sua deficiência facial e, porque não, embargada pela emoção.-

Gabriela assustada pendurava o telefone e ante a reiteração das ligações entrou num forte estado de choque nervoso.

A família adotiva tratando evitar novos problemas se mudou a outro estado desaparecendo da vida de Cida.

Agora com vinte-e-quatro anos Cida começou a ter um comportamento estranho, agressivo, descontrolado insistindo em querer ver a Gabriela. Ante a impossibilidade este comportamento foi em aumento tornándo-se descontrolado.

A as deficiências físicas e mentais da Cida se juntou, agora, para o resto de seus dias a loucura.

Tal vez..., esta tenha sido a forma que o "titeriteiro" encontrou para evitar-lhe a dor, o sofrimento maior como es viver conscientemente a perda da sua filhinha. Como toda mulher,como toda mãe, Cida tinha muito claro que, esta Gabriela, que durante nove meses viveu no seu ventre, não era a sua boneca de trapo.


lille/2009

7 comentários:

  1. Belo e inspirado seu texto.Descupe a demora em visitar seu espaço, mas tive problemas com meu computador.Feliz 2010 para o amigo.Parabéns

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  2. Oi, moço!
    Percebo que tanto aqui, quanto na na Ilha, está dando um tempo...
    Sinto falta de seus versos... de sua poesias, de suas palavras, sempre tão carregadas de emoção...


    Beijos e carinhos!

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  3. Tu relato me ha dejado muda, lo has narrado con una sensibilidad y claridad de ideas que no deja lugar a dudas, siempre hay algo mas allá que nos protege , aun de nuestros padres, aun de loq eu se supone que es justo.La vida y sus caminos, no los entendemos, nos transtornan, nos desvían, nunca se sabe como lo haremos , el caso es que aun asi ella, la vida, se abre paso y mejora lo que hemos hechado a perder

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    1. ktana: cuanto tiempo !!!! espero todo este bien contigo. besos

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  4. Óla amiga que história tão linda e comovente
    da vida real,emocionou-me muito,voce escreve muito bem,seu relato é perfeito o poeta tem sempre a sencibilidade maior para relatar as dores e os amore do mundo bjs querida,se poder ,visite meu blog,mentoresdeluz.blogspot.com,tenho certeza voce vai apreciar,bjs para vc Marlene

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